domingo, 25 de janeiro de 2015

2211 dias... de férias



Esta notícia é das coisas mais divertidas que li nos últimos anos. Décadas disto e nunca tinha visto nada tão fantástico, nada tão genial, como este esquema saído da cabeça de um FP. Esta querida de que a notícia fala, é a verdadeira razão para se generalizar a opinião sobre os FP's. Até eu me ponho a pensar se há algum FP que se aproveite, por Cristo!
Vejam bem isto:


"Não minto, veio no jornal. Uma funcionária do Hospital de S. João trabalhou 101 dias nos últimos 7 anos. Como é que esta "assistente operacional" conseguiu tamanha proeza? Através de sucessivas baixas médicas. Entre 2005 e 2012, a senhora esteve 2211 dias com baixa médica. Estes 2211 dias de pausa foram intercalados, ora essa, por períodos de férias e por curtos períodos de trabalho. E agora reparem no pormenor: na maioria das vezes, estes "períodos de trabalho" não superaram as 24 horas. Ou seja, a senhora está de baixa, aparece um dia e volta à baixa no dia seguinte. Não, não é uma rábula dos Gatos Fedorentos, é um facto. Ora, só há aqui duas hipóteses: ou estamos perante alguém que merece já a pensão de invalidez, coitadinha, ou estamos perante alguém que está a gozar com a cara de toda a gente. Se a verdade recair sobre a segunda hipótese, estaremos perante um caso que eleva à comédia uma prática típica da pátria: as férias garantidas pelo atestado médico. E, neste ponto, convém frisar que a fraude não será apenas da funcionária, mas também do médico amiguinho.
Há uns tempos, a Administração suspeitava de fraude e pensava em apresentar uma queixa-crime contra a funcionária. Queixa-crime? Por que razão a Administração do S. João não faz uma coisa mais simples, como, por exemplo, um processo de despedimento? Ou será que os "direitos adquiridos" também protegem uma pessoa que trabalha 100 dias em 7 anos?"

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/a-funcionaria-publica-que-trabalhou-100-dias-em-7-anos=f775265#ixzz3PSck4bco



Ora bem, eu não vou acrescentar nada ao que está tão, boquiabertamente, escrito. E quem escreveu tem toda a razão no que diz: se está assim tão mal, reformem já esta mulher. Coitada! Uma tonta! Além de ser, supostamente, doente, também é burra e não se deve dar trabalho a gente burra e que não sabe levar um esquema até ao fim. E pior que uma FP aldrabona e pouco esperta é ter dois FP's assim piquenos e tristes. Sim, porque ao que me parece o médico que lhe passava os atestados também poderá ser FP. Como costumo dizer, nem amigos de nós próprios somos.
Mas o que me fez revirar os olhinhos quando li esta notícia, não foi só a falta de esperteza, foi o facto de conhecer, vá, digamos, uma meia-dúzia de casos assim no sítio onde trabalho. E se onde trabalho também há disto, imagino que seja assim em todo o lado.
Desde uma piquena que meteu baixa por ter um fungo nas unhas das mãos (é assim que Deus castiga quem vai fazer nails de plástico a barracões de fundo de quintal), a outra querida que não conseguia trabalhar (entenda-se fechar envelopes com cuspo e meter carimbos... uma canseira) porque entalou um dedo numa gaveta, a outro que não meteu os cotos no trabalho durante um ano porque empenou um joelho por excesso de peso (do seu próprio peso, não pensem que era do trabalho), digamos que já vi de tudo.
Cheguei até a ouvir uma outra (que mete baixa porque o marido é um irresponsável) a dizer que não sabia se este mês recebia o ordenado ou se ainda tinha de pagar, tantos foram os dias que faltou.

Por mais que eu consiga ser solidária com alguns dramas pessoais, sobrepõem-se o facto de que a remuneração dada a um FP é em função do seu trabalho, e não pode ser atribuído por caridade ou misericórdia. Nesses casos temos a Segurança Social que, coxa ou marreca, ainda é para isso que serve.

Agora, gentinha que mete baixa por causa de unhas arruinadas com fungos... gente que nem das pontas dos dedos precisa para trabalhar quando há tantas outras coisas para se fazer como, por exemplo, pensar em soluções para alguns problemas de funcionamento do serviço... A sério: para a rua já! 

Como todos os não FP's gostam de dizer: não quero que os meus impostos sirvam para pagar os ordenados destes chulos.

Eu não penso isto, claro! Que na Função Pública somos todos amigos e gostamos uns dos outros como de uma grande família que esconde cadáveres debaixo do tapete.





Sempre pronta para vos servir,
A Funcionária Púbica


5 comentários:

  1. Concordo em absoluto com a sua opinião. É de facto escandaloso e é gente desta que dá mau nome à Função Pública, é por estas e por outras que as pessoas tomam a parte pelo todo. Mais uma vez parabéns pela sua objetividade e imparcialidade. Continue assim.

    Maria.

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  2. Concordo em absoluto com a sua opinião. É de facto escandaloso e é gente desta que dá mau nome à Função Pública, é por estas e por outras que as pessoas tomam a parte pelo todo. Mais uma vez parabéns pela sua objetividade e imparcialidade. Continue assim.

    Maria.

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    1. É isso mesmo Maria! Repita! Repita comigo a sua indignação para com gente desta laia! :)

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  3. Férias? Coitada da senhora estava doente, e por essas "doenças" é que muitos agora têm medo de "meter baixa" não porque recebem menos ordenado (que recebem, contrariamente ao que se diz), mas por irem parar aos disponíveis.
    Bjs
    Nany

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  4. Usar o termo escandaloso até é bem brando...


    tarasemanias.pt

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